Mosaico Poético














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MOSAICO POÉTICO é uma idéia que eu tive de juntar “cacos poéticos”que são poesias minhas e de outros autores, fazendo uma interligação entre elas, de forma que surja um novo poema. Todas as religiões se expressam cada uma com seu jeito mas todas elas levam ao encontro com Deus.Os artistas da mesma forma, procuram a meu ver, retratar uma sociedade mais justa, mais igualitária e mais humana, onde cada ser humano tenha o seu espaço livre de dogmas e preconceitos e que suas atitudes sejam sempre de procurar o perdão, a paz e o amor.

 

 

          Joaquim













































toda vez que eu viajava pela estrada de ouro fino

de longe eu avistava a figura de um menino

quando eu vim para esse mundo eu não atinava em nada

hoje eu sou gabriela gabriela eh!... meu camarada

dança eu dança você na dança da solidão

e quando chega a morte ou coisa parecida

nos carrega moço sem ter visto a vida

oh! meu amigo meu herói

a força do universo não te iluminará

cigarro bebida maconha cocaina lsd

a força do universo não te iluminará

meu bem querer meu encanto

to sofrendo tanto

amor o que é o sofrer

o prazer do tempo que nunca envelhece

não sou eu quem me navega

quem me navega é o mar

canta passarinho preso por saber cantar

canta passarinho para sair desse lugar

eu te asseguro pássaro amarelo

que um dia hei de te soltar

pra provar que pau não é ferro

o brasileiro é do suingue

o brasileiro é do baile

eu digo

deixa solta essa bundinha

deixa solto esse quadril e grita

a cor dessa cidade sou eu

e deixa solta essa bundinha

deixa solto esse quadril e grita

brasil é o pais do suingue

eu quero ir minha gente

eu não sou daqui

eu não tenho nada nada

quero ver irene rir

quero ver irene dar sua risada

não chore ainda não

que eu tenho um violão e nos vamos cantar

todo dia a insônia

me convence que o céu

faz tudo ficar infinito

brasil

qual é o teu negócio

o nome do seu sócio

confia em mim

estamos meu bem por um triz

pro dia nascer feliz

eu quero a sorte de um amor tranquilo

com sabor de fruta mordida

e ser artista no nosso convívio

pelo inferno e céu de todo dia

transformar o tédio em melodia

o suor fecunda o solo e a semente não pergunta

brasileiro ou imigrante

só o fruto é importante

eu quero carneiros e cabras

pastando solene no meu jardim

eu quero a esperança de óculos

e um filho de cuca legal

e se por um acaso ele se envolver com drogas

deixarei o seguinte bilhete

querido filho

você não precisa disto

de qualquer maneira

gostaria de saber

como está sendo sua experiência

quando você achar que é o momento

me procure para a gente conversar

amo muito você

ah! eu amo amar você

e quando o verde dos teus olhos

se espalhar nas plantações

eu te asseguro não chore não viu

eu voltarei viu meu coração

eu me ofereço inteiro

e você se satisfaz com metade

é a meta

de uma seta no alvo

mas o alvo na certa não te espera

então me diz qual é a graça

de saber o fim da estrada

quando se parte rumo ao nada

é melhor ser alegre que ser triste

a alegria é a melhor coisa que existe

tristeza não tem fim

felicidade sim

esta cova em que estais

com palmos medida

é a conta menor que tiraste em vida

ah! coração que me diz

tenta entender que estou com saudades

não vem com raiva que eu te esmago

onde houver trevas

que eu leve a luz

onde houver desespero

que eu leve o amor

olhe o paraíso das flores que perdeu o amor

olhe o paraíso da vida que ainda é calor

quantos correm de um lado pro outro

sem se conhecerem

quantos se dizem amados

para ficarem calados

omitindo o que se pode fazer e dizer

amou daquela vez com se fosse a última

beijou sua mulher como se fosse a única

e atravessou a rua com seu passo bêbado

quem me levará sou eu

quem me suportará não sei

alguma coisa me diz

que o canto de ossanha

explicará talvez

a minha angústia

o homem que diz

dou não dá

porque quem dá mesmo não diz

o homem que diz

sou não é

porque quem é mesmo é não sou

e os anos que passam?

os anos são degraus

a vida a escada

longa ou curta

só deus pode medi-la

e a porta?

a grande porta desejada

só deus pode fecha-la

pode abri-la

são vários os degraus

alguns sombrios

outros ao sol

na plena luz dos astros

com asas de anjos

harpas celestiais

alguns quilhas e mastros

nas mãos dos vendavais

mas tudo são degraus

tudo é fugir a humana condição

degrau após degrau

tudo é lenta ascensão

senhor

como é possível a descrença

imaginar sequer

que ao fim da estrada

se encontre

após esta ansiedade imensa

uma porta fechada

e nada mais?

feito essa gente que anda por aí

brincando com a vida

cuidado companheiro!

a vida é pra valer

e não se engane não

tem uma só

duas mesmo

ninguém vai dizer que tem

sem provar muito bem provado

com certidão passada

em cartório do céu

e assinado em baixo

deus

e com firma reconhecida

eu perco o chão

eu não acho as palavras

eu ando tão triste

eu ando pela sala

eu perco a hora

eu chego no fim

eu deixo a porta aberta

eu não moro mais em mim

eu perco as chaves de casa

eu perco o freio

estou em milhares de cacos

eu estou ao meio

onde será que você está agora?

diga

quem você é me diga

me fale sobre a sua estrada

me conte sobre a sua vida

tira

a máscara que cobre o seu rosto

se mostre e eu descubro se eu gosto

do seu verdadeiro jeito de ser

ninguém merece ser só mais um bonitinho

nem transparecer...

consciente ou inconsequente

sem se preocupar em ser adulto ou criança

o importante é ser você

mesmo que seja estranho seja você

mesmo que seja bizarro bizarro bizarro

meu cabelo não é igual

a sua roupa não é igual

ao meu tamanho não é igual

ao seu caráter não é igual

não é igual

quem não tem teto de vidro

que atire a primeira pedra

vai barracão

pendurado no morro

vem pedindo socorro

e a cidade ao seus pés

barracão de zinco

tradição do meu país

barracão de zinco

pobretão infeliz

vai barracão

tua voz eu escuto

não te esqueço um segundo

porque que sei quem tu és

barracão de zinco

tradição do meu país

barracão de zinco

pobretão infeliz

família pobre dignidade tem de sobra

apesar de analfabetos

esse assunto não os incomoda

a mãe cuida da casa

se empenha o mais que pode

só problemas dificuldades

a cabeça quase explode

assim sempre vive

como manda o figurino

aqui meu irmão

é cada um por si

mesmo se sei não sei se sei

digo não vi

dez horas da manhã

a campainha tocou

o oficial de justiça logo ele avisou

eu tenho aqui uma intimação

o senhor saia daqui

mas antes eu vou confiscar

o que tiver aqui

eu quero essa tv eu quero o som

e isso aqui e o que mais você tiver aqui

eu confisco! eu confisco

deus nos integrou no universo

com tudo de todos

o homem ser racional mais irracional

estragou o tudo conseguindo o nada

dele ouve-se barulhos inconsequentes

fuzis que ecoam sons estridentes

jaulas humanas

universos e mundos

presos nas garras do poder

poder do homem que ao invés

de criar a liberdade

criou uma porta sempre fechada

para ele mesmo

abriu buracos escuros

e armadilhas de espinhos

fez do nosso planeta

um amontoado de seres

empilhados um por cima do outro

civilização formada

por uma sociedade clandestina

já não se enxerga nem mesmo o céu

que sumiu nos horizontes do progresso

progresso tecnológico puro

pois humano estamos por esperar

pelo o que me parece

os seres que fizeram do seu mundo uma jaula

estão tão perdidos

que já há muitos que procuram

uma resposta

onde tudo era de todos

na virada do século

alvorada voraz

nos aguardam exércitos

que nos guardam da paz

que paz!

a face do mal

um grito de horror

um fato normal

um êxtase de dor

e medo de tudo

medo do nada

medo da vida

assim engatilhada

fardas e forças

forjam as armações

farsas e jogos

armas de fogo

um corte exposto

em seu rosto amor

e eu

vendo esse filme passar

assistindo ao fim

vendo o tempo passar

tantos caminhos perdidos

tantas estórias

tantos pensamentos confusos

tantos gritos

tanta força

tanta raça

tanta poeira

tantas luzes apagadas

tanto chão a queimar

fala eu

fala alguém

falemos nos

seres que vivem dentro dessa terra

universo da nossa humanidade

vamos!que o amor ainda escorre

nos corpos dessa gente

sinais de vida num país vizinho

eu já não ando mais sozinho

toca o telefone

chega um telegrama enfim

ouvimos qualquer coisa de brasília

rumores falam em guerrilha

foto no jornal

cadeia nacional

um dia frio

um bom lugar pra ler um livro

e o pensamento lá em você

eu sem você não vivo

assim

que o dia amanheceu

lá no mar alto da paixão

dava pra ver o tempo ruir

cadê você? que solidão!

esquecera de mim

no raiar do dia nasce um sol

novo e diferente e afinal

não existe ano

nem um tempo marcado

todo dia é um dia desigual

como todos dias amanhecem

amanhecendo em nós

uma felicidade

todo dia reveillon

todo dia é reveillon

todo samba canta

sonha alto e permanece

num sonho sonhado

vivido em cada sol

ou em cada dia de amor

pai e mãe

ouro de mina

coração

desejo e sina

tudo mais

pura rotina

jazz...

quando o grito do prazer

açoitar o ar

reveillon

o luar

estrela do mar

o sol e o dom

quiçá um dia

a fúria

o que há de bom

luz do sol

que a folha traga e traduz

em verde novo

em folha

em graça

em vida

em força

em luz

céu azul que venha até onde os pés

tocam na terra

e a terra inspira e exala seus azuis

reza reza o rio

córrego pro rio

rio pro mar

reza correnteza

roça a beira e doura areia

ah!... uraicus

ah!...uapixanas

você diz que me dá casa e comida

boa vida e dinheiro pra gastar

o que é que a

minha gente o que é que a

tanta bondade que me faz desconfiar

laranja madura

na beira da estrada

tá bichada zé

ou tem marimbondo no pé

acho que surgimos sobre uma carcaça

quando queremos sorrir

perdemos toda a graça

amarelos pretos ou brancos

somos todos iguais

vestígios de holocausto

o futuro nos traz

pra esquecer que sofremos

bebemos cachaça

por dinheiro muitos deles

esquecem da massa

porque a fronteiras e linguas desiguais

pois todos nós queremos é ser conjugais

se querem liberdade punem fumaça

sinceramente o globo sera bola devassa

no intervalo da vida só enxergo o sofrer

não sei por que todos querem nos deter

gente gente gente

eles são cocorio

gente gente gente

eles querem cocoré

quero um lago limpo de agua potável

quero a floresta em lugar da cidade

quero uma nuvem branca

sem pó nem fumaça

quero uma estrela de ar respirável

sinto um toque

com as mãos molhadas

com um cheiro de suor

sinto aquele toque

que mata a minha sede

e ferve minha paixão

sinto um toque que diz

que um fruto jogado ao canto

também existe sentido

sinto um toque que diz

que um fruto jogado ao canto

também existe amor

sinto um toque

que arrepia meu ser

sinto aquele toque que diz

vai! vai viver

e grita não sou só

só são eles

só somos um

quando esqueço a hora de dormir

de repente chega o amanhecer

sinto uma culpa que eu não sei de que

pergunto o que é que eu fiz?

meu coração não diz

eu sinto medo

se eu vejo um papel qualquer no chão

tremo corro e apanho pra esconder

medo de ter sido uma anotação que eu fiz

que não se possa ler!

eu gosto de escrever

mas sinto medo

eu sinto medo

tinha tanto medo de sair da cama

a noite pro banheiro

medo de saber que não estava ali sozinho

porque sempre

eu estava com deus

eu tava sempre com deus

o gato preto cruzou a estrada

passou por debaixo da escada

e lá no fundo azul

na noite da floresta

a lua iluminou

a dança a roda a festa

vira vira vira

vira vira vira homem

vira vira

vira vira lobisomem

bailam corujas e pirilampos

entre os sacis e as fadas

e la no fundo azul

na noite da floresta

a lua iluminou

a dança a roda a festa

diga não a pesca predatória

eh! pescador

cante a canção do peixe

que é só deixa-lo nadar

pelas águas desse mar

pelos rios que banham essa terra

vermelha de sangue

carente de amor

osama bin laden

george w. bush

o vento que assopra pelo mar

o poeta que se inspirou pelo mar

o poeta e o vento

o sonho e o tempo

inspiraram todo um mar

de ilusões de canções

libertadas pelo vento

sonhadas pelo então e meigo poeta

liberto o poeta

o discreto profeta

que indagou uma palavra

o que sou?

vento poeta

vento poesia

pula e dança

pula e dança no palco

é menina a noite

criança bailarina

quero te dizer

que sou feliz

e com você me encontro

pra dizer

uma palavra honesta carinhosa

que diz universo

nossa terra

brasileira

paulista

guaratinguetá

lavem o sangue

lavem a alma

lavem a voz

desses animais racionais

que são pedra sobre pedra

meu amor

lavem o cheiro

lavem os rios

lavem os mares

desses animais racionais

que são pedra sobre pedra

meu amor

lavem a semente

que fica doente

depois de crescer

desses animais racionais

que são pedra sobre pedra

meu amor

a grande ocorrência

que nos conta o sino

é que na indigência

nasceu um menino

mil e novecentos

e cinquenta e três

anos são peremptos

dessa meninez

muito tempo faz

mas ninguém olvida

que é um dia de paz

porque fez-se a vida!

vem rolando os céus

vem rodando no ar

vem atraída pela lua

vem distraída pelo amor

se soltando no escuro

dançando íris cor de mel

sonhando grandeza

deixando na mesa

um doce de esmeralda

que a vida lhe dá

vem pulando infinitos

vem bola colorida

que tu ainda estais

em meu coração

vem sonho colorido

que tu renasces

a cada dia

no meu coração

com a fumaça no coco

com o breu no coco

eu nasci

com a raiva no coco

com a febre no coco

eu cresci

mas a pedra no coco

me jogou envolto as nuvens

e eu me vi

um bobo de coco

mas meu coco calado

não fala mais

um ditado

está doido

está gamado

e o breu e o coco

não se falam

não se entendem

estão loucos

como o dono da noite

e da cabeça

meus olhos são caminhos sozinhos

meus olhos são caminhos sombrios

meus olhos são de pedras

são de flores

são de amor

tarde fria

e a tristeza irradia

nos meus olhos solitários

dormentes

na noite que vem vindo

vem!...meu sexo feminino

vem!...que a noite é criança

pra nós dois

vem!..minha filha vadia

que os seus olhos

são puros brotos de esperança

vem!...que a cidade é pequena

pro tamanho do nosso coração

não é grito

a medida do abismo?

por isso eu grito

sempre que cismo

sobre tua vida

tão louca e errada...

que grito inútil

que imenso nada!

não

não vai dar não

você vai ver camarada

você vai ver

a gente não canta mais

um buraco

uma pedra

um lugar no mato

você vai ver camarada

um balão que cai

um incêndio que vem

um balão que sobe

uma festa junina

e uma roda de violão

mas é claro que o sol

vai voltar amanhã

mais uma vez eu sei

escuridão já vi pior

de endoidecer gente sã

espera que o sol já vem

tem gente que está

do mesmo lado que você

mas deveria estar do lado de lá

tem gente que machuca os outros

tem gente que não sabe amar

tem gente enganando a gente

aonde ir?

tem dias que a gente fica

correndo pelo ar

tem dias que a gente fica

voando pelo ar

a gente não sabe aonde vai

a gente não sabe aonde ir

tem dias que a gente fica

sem saber o que fazer

tem dias que a gente fica

sem saber como viver

correndo pelo ar

voando pelo ar

tem dias que a gente sobe

na hora que quer descer

tem dias que a gente perde

na hora que quer ganhar

correndo pelo ar

voando pelo ar

tem dias que a gente pede

um dia pra morrer

tem dias que a gente pede

mais um dia pra viver

a gente não sabe aonde vai

a gente não sabe aonde ir

tem dias que a gente emudece

na hora que quer cantar

tem dias que a gente chora

na hora que quer sorrir

correndo pelo ar

voando pelo ar

eu prefiro ser

essa metamorfose ambulante

do que ter aquela velha

opinião formado sobre tudo

quero dizer

agora o oposto

do que eu disse antes

se hoje eu sou estrela

amanhã já se apagou

se hoje eu te odeio

amanhã lhe tenho amor

lhe tenho amor

lhe tenho horror

lhe faço amor

eu sou um ator

eu vou desdizer

aquilo tudo

que eu lhe disse antes

tempo

quantos anos se passaram

e eu?

sou um nada

nada vezes nada

nada ao quadrado

nada vezes nada vezes nada

nada ao cubo

nada vezes nada vezes nada vezes nada

nada elevado a quarta potência

o inverso do nada

ou nada elevado a menos um

mas não existe divisão por zero

o que sou então

um elevado a nada

ou seja

um

joga fora no lixo

joga fora no lixo

joga joga joga

joga fora no lixo

joga fora

aonde?

no lixo

prepare o seu coração

pras coisas que eu vou contar

eu venho lá do sertão

e posso não te agradar

aprendi a dizer não

ver a morte sem chorar

a morte o destino tudo

estava fora de lugar

eu vivo pra consertar

na boiada já fui boi

mas um dia me montei

não por um motivo meu

ou te quem comigo houvesse

que qualquer querer tivesse

porém por necessidade

do dono de uma boiada

cujo vaqueiro morreu

boiadeiro leva o boi

ouça o canto da boiada

eu também fui boiadeiro

já cruzei esta estrada

boiadeiro assovia alto

leva o boi para invernada

todos nós somos do mato

mas só vivemos encurralados

cante o chão deste país

viva bem muito feliz

além dessa cidade

tem você humilde enfim

além dessa cidade

tem você cantando assim

eh!...oh!...

boiadeiro sei que é triste

quando derrubam sua liberdade

de viver muito feliz

nesse nosso país

cante o chão desse país

viva bem muito feliz

além dessa cidade

tem você humilde enfim

além dessa cidade

tem você cantando assim

eh!...oh!...

tá relampiano cadê neném?

tá vendendo drops

no sinal pra alguém

tá vendendo drops

no sinal ninguém

todo dia é dia

toda hora é hora

neném não demora

pra se levantar

mãe lavando roupa

pai já foi embora

e o caçula chora

mas há de se acostumar

com a vida lá de fora

do barraco

hay que endurecer

um coração tão fraco

pra vencer o medo de trovão

sua vida aponta a contramão

tudo é tão normal

todo tal e qual

neném não tem hora

pra ir se deitar

mãe passando roupa

do pai de agora

de um outro caçula

que ainda vai chegar

é mais uma boca

dentro do barraco

mais um quilo de farinha

do mesmo saco

para alimentar o novo

joão ninguém

a cidade cresce

junto com neném

pensem nas crianças

mudas telepáticas

pensem nas meninas

cegas inexatas

pensem nas mulheres

rotas alteradas

pensem nas feridas

como rosas cálidas

mas oh não se esqueçam

da rosa da rosa

da rosa de hiroshima

a rosa hereditária

a rosa radioativa

estúpida e inválida

a rosa com cirrose

a anti-rosa atômica

sem cor

sem perfume

sem rosa

sem nada

nessas noites

de não aceitar

o que vier

de não se esconder

dos problemas da vida

de glórias

que não tem memórias

nessas noites

de revolução

querendo uma razão

pra não sofrer

pra não querer morrer

tá faltando alguma coisa

nessa vida

bate o pé

bate o pé

e venha dançar

com aquela mulher

pirou na serra do senhor

papagaio de pedra e pó

apareceu a surpresa de repente

papagaio solene que dizia

que nas serras do senhor

havia pirado um novo autor

das serras e do esplendor

era o papagaio do amor

DENTRO DE UMA IMENSIDÃO DE OLHARES O MUNDO GIRA
DENTRO DE UMA IMENSIDÃO DE CEGOS
O MUNDO PARA PRA OLHAR
UMA VIDA
QUE VIDA É ESTA MEU DEUS
ONDE A GANÂNCIA E O ÓDIO ESTÃO EM PRIMEIRO PLANO
O AMOR ESPERA SUA HORA
MAS QUANDO? MEU DEUS
CADE A CARÍCIA DE UMA MÃO NO CORPO DE UM SONHADOR
QUE AINDA ACREDITA NA EVOLUÇÃO DA RAÇA HUMANA
O HOMEM SERÁ UMA ESPÉCIE EM EXTINÇÃO?
NÃO SEI
MAS UMA COISA FICA CLARA
TALVEZ SERES EXTRATERRESTRES IRÃO RESPONDER A PERGUNTA
ONDE ESTAMOS?
POR QUE VIVEMOS?
O QUE QUEREMOS SENÃO COLONIZARMOS OUTROS POVOS

DE TANTO PENSAR ESTOU PROCURANDO SOZINHO
AS AMARGURAS EXISTENTES DENTRO DESTE CALDEIRÃO
QUE APERTA OS INDEFESOS DA AGONIA
QUERO encontrar SERENO as voltas da MINHA PAIXÃO
SOLIDÃO
GRITO MUDO DE SOFRIMENTO

DIA DE TOTAL DESENTENDIMENTO
NÃO DURMO
NÃO CHORO
MUITO MENOS VIVO
CALADO E COM MEDO DE NÃO SUPORTAR O PRÓPRIO EU
TENTO ESCREVER AQUILO QUE SINTO
TALVEZ NÃO SEJA SÓ EU
QUE SE SENTE INDEFESO
PERANTE OS MUROS DA IGNORÂNCIA
SOL LUZ DO AMOR E DA IMAGINAÇÃO
DÊ-ME PODER DE SOLUÇÃO
POIS TODOS NÓS PROCURAMOS UMA RESPOSTA DE CARINHO
CONTIDA ATRÁS DAS PALAVRAS DE ÓDIO E FALTA
ESPERANÇA DE SER E ENCONTRAR-SE
COM AS PALAVRAS DE AMOR
VIVAS COMO AS ROSAS DA NOITE
MORTAS COMO O CHEIRO DE VERDE NAS CIDADES ATORMENTADAS
FUTURAS PRESENTES E VIVAS
NUNCA PASSADAS E NEM MORTAS NAS PAREDES DO CORAÇÃO

AH!GRITO DE ARDOR
BERROS DE HOMENS AFOGADOS EM IGNORÂNCIA
A TERRA TREME COM O FOGO
O CHÃO CHORA A CADA BURACO ABERTO
AH!FOGO IDIOTA
APAGA-TE OU EU TE APAGAREI
AH!HOMEM DITO RACIONAL
USE DE SUA INTELIGÊNCIA PARA CRIAR E NÃO DESTRUIR
AH!VIDA DOS HOMENS
ONDE ANDA VOCÊ?
AH!SOM HARMÔNICO
ONDE CANTAM OS PÁSSAROS TODAS MANHÃS TARDES E NOITES
AH!SILÊNCIO
ONDE CALA O DIA PARA EU ME CALAR TAMBÉM
AH!VIOLÃO
ONDE TOCAS PARA EU OUVIR E CANTAR A PAZ
AH!IRMÃO
ONDE CHORAS PARA EU TE SOCORRER
AH!AMIGA
ONDE VIVES PARA EU TE ABRAÇAR
AH!SANGUE
ONDE JORRAS PARA EU TE ESTANCAR
AH!AMOR
ONDE SE ESCONDE QUE EU TE ENCONTRAREI

SE AS PAREDES TEM OUVIDOS
ACHO QUE CANTEI PARA ALGUÉM
E SE ELAS NÃO TIVEREM OUVIDOS
CANTEI PARA QUEM?
CANTAR PARA AS PAREDES
É SOLITÁRIO MAS AO MESMO TEMPO
UM RETORNO AS NOSSAS ORIGENS
UMA VIAGEM NO TEMPO
MAS QUE TRISTEZA!...
DIZIA VINICIUS QUE
A VIDA É A ARTE DO ENCONTRO
EMBORA HAJA TANTO DESENCONTRO PELA VIDA
CANTAR PARA ALGUÉM
SEJA PARA UM NENÉM
SEJA POR UM VINTÉM
VALE A PENA?
OH! VINICIUS RESPONDA QUEM ESTÁ COM A RAZÃO
OH! MINHA MÃE RESPONDA
SE AS PAREDES NÃO TIVEREM OUVIDOS
CANTEI PARA QUEM?

Não posso ficar

Nem mais um minuto com você

Sinto muito amor

Mas não pode ser

Moro em Jaçanã

Seu perder esse trem

Que sai agora às onze horas

Só amanhã de manhã

E além disso mulher

Tem outras coisas

Minha mãe não dorme

Enquanto eu não chegar

Sou filho único

Tenho a minha casa pra olhar

Eu não posso ficar

NASCEU UMA ROSA TÃO PEQUENINA

FLOR-DE-LIS QUE ENCANTAVA
QUE MOSTRAVA UM CANTINHO PRO MEU VIOLÃO
PRO MEU SINGELO CORAÇÃO
FERVIA E BORBULHAVA DE AMOR
A CANÇÃO QUE BRANQUEAVA
CLAREAVA O BRANCO ILUMINANDO A PAZ
APAGAVA O PRETO FUNERAL
NÃO SERIA SINGELO MEU CORAÇÃO
SE NO DIA DE UMA CANÇÃO BRANCA
O VIOLÃO NÃO TOCASSE MAIS
NEM UM POUCO
NEM UM SEGUNDO
CHORAR PARA CRESCER
É UM CHORO BONITO
É UM CHORO CRIANÇA
CHORO CRIANÇA
CHORA BONITO
AINDA MAIS
O QUE SERIA SINGELO CORAÇÃO DE MIM
QUE NÃO TENHO MAIS CARINHO POR VOCÊ
AINDA ASSIM
SORRI E GARGALHEI
E ME DEIXEI VOANDO
NUM TAPETE MAGICO DE AMOR
VOANDO NO AMOR
O TAPETE CAIU
E O SINGELO CORAÇÃO ME DISSE
VOLTE QUE AINDA É CEDO
MEU CORAÇÃO
PRA MORRER
PRA MORRER

Agora o braço não é mais o braço erguido num grito de gol

Agora o braço é uma linha um traço um rastro espelhado e brilhante

E todas as figuras são assim desenhos de luz agrupamentos de pontos

De partículas um quadro de impulsos um processamento de sinais

E assim dizem recontam a vida

Agora retiram de mim a cobertura de carne e escorrem todo o sangue

Afinam os nossos em fios luminosos

E ai estou pelo salão pelas casas pelas cidades parecida comigo

Uma forma nebulosa feita de luz e sombra

Como uma estrela

Agora eu sou uma estrela

Vivendo e aprendendo a jogar

Nem sempre ganhando

Nem sempre perdendo

Mas aprendendo a jogar

Há uma primavera em cada vida
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz,foi pra cantar
E se um dia hei-de ser pó,cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder...pra me encontrar

LUGAR DE MEL
SENTIDO LOUCO DE SE NAVEGAR PELOS MARES DE NOSSOS SENTIMENTOS
DOCE VIDA
TÃO DOCE QUANTO UM DIA DE SE CONTEMPLAR
DE SE DEIXAR DESPERTO PELO MUNDO
DE SE DESCOBRIR DOS COBERTORES DO MEDO
E ASSUMIR TODA FELICIDADE QUE NOS FAZ SOBREVIVER
CAMINHO DE MEL
LUZES DE ESPERANÇA
MUNDO DE EMOÇÕES
QUANTO MAIS SE AMA
MAIS SE APRENDE A AMAR
QUANTO MAIS SE ODEIA
MAIS SE APRENDE A MORRER
NESSA LONGA E DOCE VIDA

Todo meu tempo

Todo o meu zelo

Todo o meu predio já sabe que eu tenho um amor

Todo receio

Todo remédio

Tudo que sempre causava dor e medo

Se foi

Foi por te ver andando reto

Entre tudo que há de incerto em mim

E fui andando voltei ao zero

Um recomeço é uma forma de se encontrar

Por ser tranquilo por ser sincero

Não me preocupa

O que não for é o que vai passar

Ouça um bom conselho

Que eu lhe dou de graça

Inútil dormir que a dor não passa

Espere sentado ou você se cansa

Está provado quem espera nunca alcança

Venha meu amigo

Deixe esse regaço

Brinque com meu fogo

Venha se queimar

Faça como eu digo

Faça como eu faço

Haja duas vezes antes de pensar

Corro atras do tempo

Vim de não sei onde

Devagar é que não se vai longe

Eu semeio o vento na minha cidade

Vou pra rua e bebo a tempestade